
Na minha idade de iniciar a estudar a escola da aldeia era de responsabilidade da FUNAI e quem dava aula era a esposa do chefe de posto e o regime da escola era muito severo. Não sei porque, mas a FUNAI só arranjou uma vaga para mim no ano em que eu completava os nove.
A FUNAI e seus professores utilizavam das mais inacreditáveis formas de castigos para com os alunos e ainda pediam ajuda dos pais. Então, aprender a ler e ficar quieto dentro da sala de aula era uma regra inviolável. Bastava uma olhada para o lado e o aluno tinha que rodear a escola de joelhos até a aula acabar.
Hoje eu faço uma reflexão, levando em consideração os meus ex-professores, a mim e aos meus colegas de profissão e acredito que atualmente não é mais difícil ser professor que antigamente, só é mais complexo. O que acontece é que tudo evolui e quem não acompanha o processo evolutivo, tende a ser um antiquado.
Há alguns anos atrás, o professor era o único que falava e único que sabia dentro de uma sala de aula. Hoje com todo o avanço tecnológico, os alunos são portadores de saberes que se o professor não tomar cuidado, poderá passar vergonha diante dos seus discentes. Isso pode ser observado quando pedimos que os alunos apresentem um trabalho em forma de vídeo, por exemplo. Eles o fazem muito bem.
De Acordo com NÓVOA (2001), nos tempos atuais, está muito mais complexo ser professor e esta complexidade vem da em parte da própria sociedade que não tem um objetivo certo para escola.
Nas décadas anteriores, como bem dizia meu pai, tínhamos que aprender a ler e a contar para não sermos enganados pelos nossos patrões na hora de recebermos nosso salário. Diferente do presente, em que muitos de nós, mesmo cursando uma faculdade, duvidava do seu futuro.
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